A Geração Z já não é um "tema do futuro" no marketing digital. Esta geração já está no centro das decisões dos consumidores, influenciando os comportamentos tanto online como offline. Para muitas marcas, compreender a Geração Z é mais do que uma vantagem; é uma questão de sobrevivência.
A forma como este público percepciona o conteúdo, a publicidade, a influência e o objetivo é completamente diferente das gerações anteriores. Não têm paciência para marcas que falam por si, prometem demasiado ou fingem ser algo que não são. O marketing digital, na sua opinião, precisa de evoluir - e rapidamente.
1. Autenticidade acima de tudo
Se há uma coisa que a Geração Z consegue detetar a uma milha de distância, é a inautenticidade. Cresceram rodeados de filtros, influenciadores, cancelamentos e "verdades desconstruídas". Por isso, exigem marcas autênticas - marcas que mostrem quem realmente são, com falhas e vulnerabilidades reais.
Não vale a pena criar campanhas cheias de frases apelativas se a marca não cumpre o que diz. Para este público, a coerência entre o discurso e a ação é o mínimo indispensável. Quando uma empresa se comunica de forma transparente, ganha respeito. Quando tenta parecer algo que não é, perde tudo.
2. Conteúdo não é publicidade - é participação
Outra mudança fundamental: A Geração Z não quer apenas consumir conteúdos. Querem participar na criação, influenciar decisões, remisturar ideias. Vivem em plataformas como o TikTok, o Twitch e o Reddit - espaços criados para uma participação ativa e não para um consumo passivo.
É por isso que as estratégias de marketing digital para este público têm de ter menos a ver com "mensagens" e mais com "movimento". O conteúdo deve convidar, provocar e abrir espaço para a interação do público. Sondagens, desafios, colaborações com criadores e até mesmo a co-criação de produtos são todos bem-vindos.
3. Microinfluência, vozes locais e nichos fortes
É um equívoco pensar que a Geração Z segue apenas os grandes influenciadores. Na verdade, confiam em micro-influenciadores, criadores mais pequenos e vozes locais que partilham a mesma realidade ou interesses.
A lógica por detrás disto é simples: a proximidade gera credibilidade. Uma marca que trabalha com influenciadores verdadeiramente inseridos em comunidades específicas transmite autenticidade. E quando a mensagem vem de alguém que o público já segue organicamente, o impacto é muito mais forte.
4. Comunicação nativa, ágil e contextual
A Geração Z navega facilmente em várias plataformas. Sabem que cada rede social tem a sua própria linguagem, códigos e dinâmicas. Por exemplo, o que funciona no YouTube pode soar completamente fora de tom no TikTok.
Além disso, o tempo de resposta é curto. As campanhas que levam semanas para serem aprovadas já estão ultrapassadas. O marketing precisa de ser contextual, ágil e nativo de cada canal. Para isso, é necessário ter equipas enxutas, criativos prontos a reagir e marcas dispostas a envolver-se verdadeiramente.
5. Objetivo real: Sem isto, não há atenção
Mais do que consumidores, a Geração Z vê-se a si própria como agente de mudança. Exigem posicionamento das marcas. Querem saber o que uma empresa representa, como trata os seus funcionários, como lida com o ambiente e, mais importante, se é tudo verdade.
Não vale a pena pintar a marca de verde e falar de sustentabilidade se as acções não corresponderem. A Geração Z pesquisa, investiga, expõe e boicota. Por isso, o marketing precisa estar alinhado com o verdadeiro posicionamento da empresa - não só na campanha, mas na cultura da empresa.
6. Humor, caos e cultura da Internet
A estética da Geração Z é caótica, rápida, cheia de referências e ironias. Não querem conteúdos perfeitos. Querem conteúdos vivos. Estão habituados a memes, vídeos desconstruídos, comentários sarcásticos e referências hiper-contextuais.
As marcas que entendem esse universo conseguem se comunicar melhor. Aquelas que tentam "fazer piadas" sem conhecer o contexto apenas se envergonham. O marketing digital precisa, antes de tudo, observar o ambiente digital como ele é, e não como a marca gostaria que fosse.
Conclusão
A Geração Z no marketing digital é mais do que um público: é um novo código de comunicação. Esta geração exige agilidade, verdade, posicionamento e ligação direta. Eles não querem ser convencidos - eles querem se conectar. E não existe uma fórmula pronta para isso.
As marcas que compreendem esta nova forma de pensar e interagir têm muito a ganhar. Aquelas que continuam a agarrar-se a velhas fórmulas? Estão a ser deixadas para trás, dia após dia.