Com o crescimento das redes sociais e o alcance global dos criadores de conteúdos, o marketing de influência transfronteiriço tornou-se uma estratégia poderosa para as marcas que operam a nível internacional. No entanto, sair do seu mercado local e tentar replicar fórmulas noutros países é uma receita para o fracasso. Neste artigo, vamos mostrar o que realmente funciona quando se atravessa fronteiras [...]
O que é o marketing de influência transfronteiriço?
Em termos simples, o marketing de influenciadores transfronteiriços é a prática de utilizar influenciadores em diferentes países ou culturas para promover produtos ou serviços. Isto pode acontecer através de campanhas globais com criadores locais ou parcerias com influenciadores que já têm alcance internacional.
Em ambos os casos, esta abordagem é utilizada por marcas que pretendem aumentar a sua presença global sem perder a ligação cultural a cada mercado.
1. A relevância cultural vem em primeiro lugar
Para começar, um erro comum é escolher influenciadores apenas com base no número de seguidores, ignorando a ligação local. Um criador de conteúdo pode ter 1 milhão de seguidores no Instagram, mas se o conteúdo não tiver ressonância com a realidade cultural desse público, a campanha simplesmente não terá engajamento.
É por isso que funciona melhor quando o influenciador compreende os códigos sociais, o humor e os pontos fracos do público específico. Neste contexto, a localização da mensagem é muito mais importante do que a localização física do criador.
2. Adaptar o conteúdo, não apenas a legenda
Além disso, uma estratégia transfronteiriça eficaz exige mais do que uma boa tradução. O tom, os recursos visuais e até os formatos (vídeo curto, carrossel, em direto) devem ser adaptados ao que realmente funciona em cada país.
Por exemplo, no Brasil, os vídeos com histórias de carácter emocional tendem a gerar grandes resultados. Já na Alemanha, conteúdos mais objetivos e técnicos podem ser mais bem recebidos. Por isso, personalizar o conteúdo com o apoio do influenciador local faz toda a diferença.
3. Escolha os canais certos para cada região
Outro ponto essencial é compreender que nem todas as redes sociais têm o mesmo peso em todos os países. Enquanto o TikTok está a crescer rapidamente na América Latina, o YouTube continua a dominar no Japão e na Índia. Na China, plataformas como o WeChat e o Xiaohongshu são indispensáveis.
Assim, antes de planear uma campanha, é crucial mapear quais os canais mais relevantes por região e selecionar os influenciadores activos nessas plataformas.
4. Medir para além dos gostos
Ao expandir-se para outros mercados, é fácil ficar preso às métricas tradicionais, como gostos e seguidores. No entanto, isto nem sempre reflecte o impacto real.
Em vez disso, procure um envolvimento qualificado: cliques, conversões e interações genuínas com o público-alvo. Para tal, utilize UTMs, cupões específicos de cada país e painéis de controlo segmentados que ajudem a compreender o desempenho local da campanha.
5. Trabalhar com microinfluenciadores locais
Por fim, considere trabalhar com microinfluenciadores que tenham nichos bem definidos. Os grandes nomes podem ser caros e menos autênticos, enquanto os criadores mais pequenos tendem a gerar mais confiança e proximidade com o seu público.
Para além de serem mais acessíveis, têm um conhecimento mais claro da cultura local e ajudam a marca a entrar no mercado de forma mais natural.
Conclusão
Em resumo: o marketing de influência transfronteiriço não tem a ver com a globalização de um criador de conteúdos. Trata-se de localizar a influência. Para que as campanhas funcionem em diferentes mercados, é essencial respeitar a cultura, adaptar a narrativa e trabalhar com aqueles que têm verdadeiramente autoridade local.
Quando bem feito, este tipo de estratégia permite que as marcas cresçam mais rapidamente, mais conectadas e com menos ruído em novos mercados.
